Startup brasileira de Legal AI recebe US$ 35 milhões e atrai gigantes do Vale do Silício

A startup brasileira Enter, especializada em Legal AI, recebeu um aporte de US$ 35 milhões liderado por Founders Fund e Sequoia Capital — reforçando o papel do Brasil como potência emergente em tecnologia jurídica e automação de processos legais.

NEGÓCIOS

Rayan Dores

10/10/20251 min read

A startup paulista Enter, especializada em soluções de Legal AI, acaba de anunciar uma rodada de investimento Série A de US$ 35 milhões, liderada por dois dos fundos de capital de risco mais prestigiados do Vale do Silício — Founders Fund (de Peter Thiel) e Sequoia Capital. O aporte consolida o Brasil como um dos polos mais promissores da nova geração de legal techs, empresas que unem inteligência artificial e automação para transformar a gestão jurídica e os trâmites legais em larga escala.

A Enter desenvolve sistemas que utilizam IA generativa para interpretar documentos jurídicos, identificar precedentes, gerar petições e automatizar análises de risco, permitindo que escritórios de advocacia e departamentos jurídicos corporativos ganhem tempo, precisão e economia de recursos. Segundo a empresa, a plataforma já é usada por mais de 200 organizações brasileiras, incluindo bancos, seguradoras e órgãos públicos.

O investimento vem em um momento em que o mercado global de Legal AI ultrapassa a marca de US$ 2 bilhões e cresce a uma taxa anual superior a 30%. No Brasil, o contexto é especialmente fértil: o país possui uma das maiores cargas processuais do mundo — mais de 80 milhões de processos em tramitação — e enfrenta desafios históricos de lentidão e burocracia. Nesse cenário, soluções baseadas em IA surgem como uma saída concreta para aumentar a eficiência do sistema jurídico e democratizar o acesso à justiça.

Além do capital, a entrada de fundos como Founders Fund e Sequoia reforça a confiança internacional no ecossistema brasileiro de inovação. Os investidores destacaram o potencial da Enter de se tornar referência em Legal AI na América Latina, com tecnologia capaz de competir com players globais.

Para especialistas, o aporte representa mais do que uma transação financeira: é um sinal claro de que o Brasil está deixando de ser apenas consumidor de soluções de IA para se tornar produtor e exportador de tecnologia em áreas críticas e altamente reguladas.