Por dentro da Creator Economy 2.0: menos seguidores, mais influência real

A nova fase da economia dos criadores valoriza mais o engajamento verdadeiro do que números inflados. Microinfluenciadores, comunidades de nicho e criadores que monetizam sem depender de likes ou views massivos. O conteúdo traz dados, exemplos e tendências dessa virada silenciosa, mas poderosa.

ESPECIAL

Luiza Marinho

8/7/20252 min read

Durante muito tempo, o sucesso de um criador de conteúdo foi medido apenas em números: seguidores, curtidas, visualizações. Porém, essa lógica tem perdido força diante de um novo movimento que valoriza mais a influência real do que a popularidade aparente. Estamos vivendo a transição para o que especialistas vêm chamando de Creator Economy 2.0.

A queda do “número pela vaidade”

Na Creator Economy 1.0, o foco estava em escalar: crescer audiências, acumular seguidores, viralizar. Marcas buscavam influencers com milhões de seguidores para campanhas pontuais, ainda que o engajamento fosse baixo. Isso gerou uma série de distorções: compra de seguidores, métricas infladas, e uma falsa noção de relevância.

Hoje, a dinâmica mudou. Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube já não priorizam tanto o número de seguidores, e sim a capacidade de gerar engajamento e provocar ações — comentários, salvamentos, cliques, compras.

A ascensão dos micro e nano influenciadores

Com isso, microinfluenciadores (10 mil a 100 mil seguidores) e nano influenciadores (menos de 10 mil) têm se tornado protagonistas de estratégias mais eficazes. Por quê? Porque falam diretamente com públicos específicos, constroem relações de confiança e geram impacto real.

Segundo dados da Influencer Marketing Hub, microinfluenciadores têm, em média, 60% mais engajamento que perfis com mais de 1 milhão de seguidores. E mais: campanhas com esses perfis apresentam melhores taxas de conversão e retorno sobre o investimento.

Comunidades como moeda forte

A Creator Economy 2.0 também valoriza criadores que constroem comunidades — não apenas audiência. Criadores que interagem de verdade, respondem, criam conteúdos em coautoria e abrem espaço para conversas significativas. É o caso de newsletters, grupos fechados (como os do Telegram, Discord ou WhatsApp), podcasts e até eventos presenciais com fãs.

Esses espaços são mais lucrativos, mais duradouros e muito menos voláteis que os algoritmos.

Monetização descentralizada

Outro marco dessa nova fase é a diversificação de fontes de renda. Criadores não dependem mais exclusivamente de anúncios e parcerias com marcas. Plataformas como Substack, Patreon, Hotmart, Catarse e OnlyFans permitem que criadores sejam pagos diretamente por sua comunidade.

Cursos, mentorias, produtos digitais, acesso exclusivo e até comunidades pagas estão criando modelos de negócio sustentáveis, mesmo para perfis que não são considerados “famosos”.

A influência não precisa ser viral

A Creator Economy 2.0 é sobre relevância real, e não sobre ser o assunto do momento. É sobre ser referência para um público específico, ainda que pequeno. É sobre gerar valor — e não só alcance.

O futuro dos criadores parece menos barulhento, mas muito mais sólido. Menos números, mais impacto.